"A Prosa presa em papel de bala/ Música rara em liquidação" (O Teatro Mágico)

Agora vou falar de música, vou falar de uma trupe chamada "O Teatro Mágico", quem não conhece deveria conhecer. Fernando Anitelli comanda essa "trupe", eles são em muitas pessoas, com eles estão de trapezistas a músicos, misturando teatro e música se pintam de palhaço e cantam músicas de protesto. Teatro Mágico é uma banda independente, isso é o que mais me admira neles, disponibilizam musicas de graça na internet e são contra a lei que proibe isso (ou pelo menos tenta proibir), em seus shows para se pagar meia entrada deve apresentar um kilo de alimento que são doados para instituições, nos shows tem uma lojinah que vendem cd's, dvd's, adesivos acmisetas etc da banda a preços baixos. O Teatro Mágico quer que todos tenham acesso á música e brinquem de pensar com suas letras. Acho lindo tudo isso viver da arte, feliz mesmo são esses que vivem da arte, que transformam o sofrimento em arte.

Aqui a letra de uma música que chama muito minha atenção:

Cidadão de papelão

O Teatro Mágico

Composição: Fernando Anitelli/Maíra Viana

O cara que catava papelão pediu
Um pingado quente, em maus lençóis, nem voz
Nem terno, nem tampouco ternura
À margem de toda rua, sem identificação, sei não
Um homem de pedra, de pó, de pé no chão
De pé na cova, sem vocação, sem convicção

À margem de toda candura
À margem de toda candura
À margem de toda candura

Um cara, um papo, um sopapo, um papelão

Cria a dor, cria e atura
Cria a dor, cria e atura
Cria a dor, cria e atura

O cara que catava papelão pediu
Um pingado quente, em maus lençóis, à sós
Nem farda, nem tampouco fartura
Sem papel, sem assinatura
Se reciclando vai, se vai

À margem de toda candura
À margem de toda candura

Homem de pedra, de pó, de pé no chão

Não habita, se habitua
Não habita, se habitua